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terça-feira, 27 de março de 2012

M - (7. Blue Cow)


M
7. Blue Cow
Opening: Aqua Timez - Chiisana Tenohira
    R una Emiya. Minha melhor amiga desde o dia em que a conheci. Minha infância foi marcada, também, pelos dias em que passamos juntas, os dias em que passava na casa dela, e ela na minha. Mesmo suspeitando... Não havia por que me preocupar.
- Do que esta falando Shino? Esta louca?!
- Ah... Só estava curiosa.
- Só porque eu estava brincando um pouco com ele? O que tem de mais?- Nessa hora fiquei um pouco com medo da Runa... Ela parecia estar um pouco nervosa – Se você pensa assim, então não vou mais brincar com ele ta?
Fraca. Eu sempre fui fraca. Não pude dizer se quer uma palavra de desculpa por julgá-la mal. Eu... Nunca tive coragem de dizer as coisas...
Eu e Runa, aparentemente havíamos tido uma briga. Eu não queria isso. Ela também não, acreditava. No dia seguinte, fui novamente procurá-la depois do sinal de entrada.
- Runa! – Ela virou e eu parei de correr – Runa... Desculpe por ontem, eu... Não quero brigar com você. Me perdoe!
- Ah... Tudo bem. Não tem problema, eu entendo perfeitamente... Você só estava com um pouco de ciúmes não é?
- Ciúmes...?
Quando entramos na sala, sentei e vi o Daisuke passando por mim com aquela blusa de frio azul que, por sinal, usava todos os dias.
“Toc”. Fez o barulho da mão dele batendo em minha cabeça:
- Nossa! Que cabeça oca! – Disse ele.
- A sua que é oca!!! – Respondi com um tom de voz mais alto tentando alcançar a cabeça dele.
- A sua! Olha, fez até barulho! Não escutou não? Agora é surda também?
E novamente, começo a nossa discussão. Eram assim todos os dias.
- Sua vaca azul! – Disse batendo na cabeça dele.
Vaca azul? Isso virou um apelido que dei a ele. Naquela época eu pensava como um xingamento, a palavra ‘vaca’ (depois que descobri que era somente usado para mulheres). Quando falei ‘Azul’, me referia à blusa de frio que ele usava todos os dias.
Mais tarde ele também me apelidou de “Dragão Branco”. Eu não fazia idéia do que era, nem tive coragem de perguntar. Mas achava que tinha algo haver com a cultura japonesa.
Eu gostava de uma Vaca Azul. Para mim era O Vaca Azul. Sempre.
Daisuke não era um aluno muito exemplar. Talvez ele se desse o máximo de si, mas não se dava bem com os estudos. Mas tudo bem... Eu não ligava pras notas que ele tirava na escola ou das reclamações que professores faziam.
Ele freqüentemente tinha fortes dores de cabeça, enxaquecas mesmo. Pareciam ser tão insuportáveis que ele tinha que ir embora. Isso... Era freqüente, como disse. Ele parecia sofrer bastante com isso. Eu odiava esses momentos... De jeito nenhum queria que a pessoa que eu gostasse passasse por esse sofrimento...  E se... Ele tivesse algo mais grave...?
- Crianças, depois de amanha estaremos fazendo uma viagem para a Fazenda do Ponhal.  Iremos de ônibus no horário de aula. Gostaria que vocês entregassem essa autorização para seus pais e trazê-las amanhã sem falta, entendido?  - Disse a professora.
A sala comemorou pela viagem e pelo fato de não termos aula.
- Ei Dragão Branco, você vai? – Perguntou Daisuke.
- “Dragão Branco”? Preciso ver com a minha mãe, mas quero ir sim! E você, Vaca azul?
- Acho que sim.
 - Ei Runa, Lucy, vocês vão?! – Perguntei erguendo a voz... Quase que a professora me chama atenção.
- Claro! – Disse Runa – Depois preciso te falar uma coisa!
- Aham, só preciso ver com a mamãe! – Disse Lucy. Hatase tirou sarro por ela ter falado “mamãe” e ela bateu nele. Os tapinhas da Lucy pareciam arder.
O que será que Runa queria falar comigo? Parecia ser algo bom. O sinal do sinal de intervalo tocou e fui procurar a Runa, que tinha corrido para o banheiro me chamando.
- Ei, o que você queria me falar?
- Ah!!! Você não sabe! – ela disse agitada.
- Claro que não sei.
- Sabe o Ariya? Ele disse que gosta de mim!!!
- “Sééééério!?” – Novamente ergui a voz e abri a boca.
- Fica quieta! – Runa disse tapando minha boca.
- Então vocês dois estão namorando?
- Não... Eu ainda não disse nada, mas acho que vou pedir pra ficar com ele.
“Ficar”? Eu não conhecia essa expressão em outro sentido a não ser “estar”.
- Ah... Que bom! – Fingi entender – Então vai logo!
Quando saímos do banheiro vi o Daisuke em uma das mesas brincando de “Braço de Queda” com os outros meninos das outras classes. Fiquei vendo-o por um tempo enquanto comia o meu pedaço de pão com manteiga. Ele ganhava de todos... Apesar do braço fino dele, ele derrotava todos os outros meninos.
- Uau... – Eu disse pra mim mesma.
Bateu o sinal para voltarmos para a sala de aula. Daisuke olhou para mim e viu que eu estava olhando pra ele e desviou o olhar rápido.
Quando eu estava chegando à sala de aula conversando com a Lucy. Ele passou por mim batendo na minha cabeça dizendo:
- Oi Dragão Branco.
Rangi os dentes e gritei nervosa:
- Vaca Azul!

Autora: Any Hotaru

sábado, 24 de março de 2012

M - (6. My Prince)




M
6.My Prince
                     A história que criei por causa de um pedido qualquer da professora Yukino, responsável de minha sala, virou o assunto da escola. Fui junto com minha ela, em seu carro, para a Diretoria de Ensino da minha cidade. Eu era muito tímida na frente de gente grande e nunca puxava assunto. Ao entrar naquela sala gigante onde havia uma quantidade grande de professores e diretores fiquei surpresa e morrendo de vergonha. Sentei em uma cadeira ao lado da professora Yukino. Além de mim não  havia mais nenhuma criança, a não ser uma. Duas cadeiras depois da minha, vi um menino um pouco mais velho que eu, mas devia ser coisa de um ou dois anos. Tivemos uma recepção muito boa, com biscoitos e suco na mesa. Após os responsáveis da reunião da Diretoria de Ensino falarem um monte de bobagens que minha ingênua e pequena cabeça não entendia, fizeram a apresentações de 2 alunos que se destacaram durante o ano nas escolas em que estavam em assunto, e um desses alunos era eu.
O primeiro aluno era o menino que eu tinha visto. Segundo os professores da sala, aquela pequena criança era superdotada. Fiquei muito maravilhada ao ouvir isso! Pelo que vi, o menino era muito inteligente e no momento, desejei ser como ele.
A segunda aluna era nada mais nada menos que Kanata Shino, eu. Tive que ler na frente de todas aquelas pessoas velhas (ou não) e com cara de seres ocupados. Mas no fim foi tudo bem, recebi muitos aplausos e vários elogios... Fizeram-me algumas perguntas também, algumas que não conseguia responder, outras que achava idiotas.

No dia seguinte, repórteres de um jornal vieram a escola. Sim, era sobre o grande livro que uma menininha de dez aninhos havia criado. Tiramos fotos com os colegas da minha sala e fizeram-me mais perguntas. No jornal apareceu que faríamos um teatro da comédia.
A não é que fizemos mesmo?
Estávamos para escolher os personagens da história. Como disse, eu era a ‘princesa’ e Runa era a narradora. Lucy foi outra princesa (não a principal... uma que só aparecia em um momento para dançar com a ‘Fera’, sim, a Bela). Hatase, Ariya e Ryuu foram anões (é... da história dos 7 anões).  E Daisuke? Bem... Essa discussão demorou um pouco.
No porão estávamos preparando os materiais que utilizaríamos e também os personagens.
-Hum... Vou ter que decorar um monte de falas né... – Resmunguei – Pelos menos você só terá que ler, Runa.
-Ai que legal! Eu vou ser narradora – Runa disse rodando em volta de si mesmo.
“Será que o Daisuke vai ser o eu príncipe?” pensei.
- Ei Shino, será que o Mitsuhiro Daisuke vai ser seu príncipe?! – Lucy cochichou.
- Acha!? Claro que não... – Espantei-me pensando que ela tinha lido meus pensamentos –... Não tem como uma coisa dessas acontecer...
Inazuma era um dos meninos da minha sala que faltava ser algum personagem... Daisuke também. Provavelmente só faltavam os dois. E os papéis que faltavam eram o “Príncipe” e o “Saci-Pererê”.
Eu temia que isso acontecesse, foi então que a professora anunciou.
- É... Então estão decididos todos os personagens! Mitsuhiro, você será o “Saci-Pererê” e o Inazuma será o “Príncipe”.
Hã?! Como assim?! Professora, você não vê que eu e Daisuke fazemos um casal perfeito?! (Eu realmente fiquei indignada nessa hora) Fiz uma cara de choro que provavelmente Lucy e Runa viram.
Após a professora Yukino tomar essa decisão fomos dispensados. Corri para a sala de aula para pegar minhas coisas:
- Shino! Espere aí! – Runa e Lucy gritaram e sincronia correndo atrás de mim.
Parei na porta da sala, mas com a cara de choro que estava não tive coragem de olhar para elas. E se eu começasse mesmo a chorar?
- Shino? Tudo bem? – Disse Lucy  apoiando minha cabeça abaixada em seus braços. 
- Olha, vamos voltar e falar com a professora ok? Quem sabe conseguimos mudar a decisão dela. – Disse Runa, contudo não conseguia dizer nada e minha cabeça continuava abaixada. – Fique tranqüila, não revelaremos nada de importante.
Com isso, as duas me deixaram na sala de aula e correrão para o porão onde se encontrava a professora... Fiquei pensando como sou dependente das duas e rezando para que desse certo. Depois de alguns poucos minutos os outros colegas de sala começaram a entrar. Limpei o rosto e comecei a mexer no material até meu rosto voltar à expressão normal para conversar como sempre. Não demorou muito e ouvi passos de gente correndo desesperadamente. Tais pessoas abriram a porta e gritaram:
- Shino! Conseguimos! Conseguimos!
Lucy e Runa estavam gritando já sem fôlego. Não fiquei sabendo o que elas fizeram para convencer a professora, mas de qualquer jeito, Daisuke seria meu “Príncipe”!
Fiquei aliviada e agradeci às meninas. Pedi também para que não falassem alto assim porque senão suspeitariam de que convencemos a professora para trocar os papéis.
No dia seguinte a professora anunciou:
-Inazuma, Mitsuhiro. Eu resolvi trocar os papéis de vocês. Inazuma será o “Saci-Pererê” e Mitsuhiro será o “Príncipe”. Nenhuma objeção né?
Ninguém contrariou ou deu outra opinião. Então, começaram os ensaios!
Fiquei preocupada por Daisuke ter que decorar todas aquelas falas, sinceramente, cheguei a achar que ele não conseguiria por ter dificuldades nas matérias da escola, mas me convenci que acreditaria nele!
Embora estivesse ocorrendo tudo certo com os ensaios, havia algo que eu estava bem incomodada...
Ultimamente, nesses ensaios da peça, Runa e Daisuke estavam conversando bastante, nada de diferente nisso não é? Mas bem, era mais do que o normal e do nada ela começou a brincar do “Pega-pega de cabeça” com ele. Não era pra ficar, mas eu fiquei um pouco incomodada com isso... Fiquei várias vezes me perguntando se isso era normal. Fiquei várias vezes me convencendo de que ela não gostava do Daisuke. Fiquei várias vezes me convencendo de que o ‘alvo’ dela era o Ariya.
Mas como Runa era minha amiga e estava me ajudando a me dar bem com o Daisuke achei que não era algo para se começar uma briga. Porém o “Pega-pega de cabeça” era algo muito significativo para mim. Foi a brincadeira que uniu nós dois, algo tão pequeno nos fez ser mais ‘íntimos’.  
- Que bobagem – Disse pra mim mesma.
Bom, não adiantava nada ficar parada lá, com um pequeno ‘ciúmes’. Eu tinha que fazer alguma coisa. Foi aí que puxei Runa para uma conversa particular.
- O que foi Shino?! – Ela disse rindo
- É... Preciso falar com você rapidinho...
- O que aconteceu?! Estou ficando preocupada!
- Posso te fazer uma pergunta?- Eu disse sem rodeios.- Mas você terá que me responder com sinceridade ta?
- Pode, pode! O que é?
- Runa... Por acaso...Você está gostando do Daisuke?


Autora: Hotaru Any

quarta-feira, 21 de março de 2012

M - (Personagens #Kana Kinue)



Nome: Kinue
Sobrenome: Kana
Características: Prima de Shino Kanata (mais como uma irmã) e 1 ano mais nova que ela. Sua paciência se esgota muito facilmente, é uma boa menina, muito educada. Limpa a casa bem. Não gosta, de jeito nenhum, de estudar. Ama irritar e encher o saco dos outros. Não consegue guardar segredos, mas conta-os inconscientemente. É uma ótima companhia. 
Gostos: Música, sair com os amigos, jogar. 
Matéria:  ------
Físico: Cabelo médio castanho claro. Alta (atualmente).

M - (5.Couples)


M
5. Couples
  As férias de julho da infância de apenas dez anos foram as mais desanimadoras e intermináveis férias que eu pude ter. A minha vida escolar nessa época foi a mais animadora e rápida que pude imaginar... Não... Não houve tempo de imaginar nada. Sem duvida, foram os dias que eu mais senti saudades de uma pessoa... Ninguém além do Daisuke.
Sempre fui uma menina que não gostava de sair de casa. Mas nessas férias fiz muitos passeios para chácaras e casas de tios. Minha mãe levou-me também ao shopping para fazer compras e brinquei bastante com a minha prima que vinha toda semana em casa. Sou filha única e não tinha com quem brincar em casa... Então minha prima Kinue sempre me visitava. Ela era um ano mais nova que eu. Apesar de brigarmos muito, sempre voltávamos a nos falar normalmente como se nada tivesse acontecido. Lembro-me de que um dia chegamos a discutir feio. Kinue me deu um tapa no rosto e eu dei um soca na barriga dela. Deve ter doido muito porque logo depois ela foi correndo choramingando para a nossa avó e telefonou para a mãe dela que a veio buscar. Éramos como irmãs, que moravam em casas separadas. Quando brigávamos ou quando minha mãe decidia fazer limpeza em casa, ela ia embora pra casa dela e sobrava pra mim. Mas fomos crescendo e isso foi mudando...

Após as terríveis férias de julhos terminarem não voltamos à escola Harukaze, mas sim à escola Utakata. As reformas já haviam acabado e  o resultado foi positivo. Todos gostaram muito e ainda havia um pouco do cheiro de tinta das paredes da nossa sala.
- Classe! Silêncio! – Gritou a professora, ‘interrompendo’ os nossos comentários sobre a reforma – Hoje temos um estudante transferido. Pode entrar.
Ela fez um sinal com a mão para o novo aluno entrar.
- Sou Ito Ariya. Podem me chamar somente de Ariya – Ele disse.
Ariya tinha uma aparência bondosa. Ele era alto, cabelos castanhos claros, olhos também claros, usava óculos e era um pouco tímido. Confesso que o achei muito parecido com aqueles príncipes dos contos de fadas. Sim... Após ele se transferir, ficou com um pouco de popularidade entre as meninas, sendo assim conhecido como “Príncipe”. Mas isso não durou muito tempo.
Logo Daisuke se tornou muito amigo de Ariya e sempre estavam juntos. Inclusive nos jogos de futebol nas horas da educação física.
- Ei, vocês não acham o Ariya muito fofo?! – Cochichou Runa pra mim e pra Lucy.
- Hã? Ta pirada? Aonde você esta vendo isso? – Lucy respondeu com cara de não estar entendendo o que Runa dizia.
- Ah... Esqueci que você gosta do Hatase – Runa disse – E você Shino, o que acha? Ah, é verdade... Você gosta do...
Nessa hora eu tapei a boca da Runa e por trás dela vinha o Daisuke junto com Ariya. Daisuke se dirigiu a mim e disse:
- Vocês não querem brincar de esconde-esconde ou pega-pega?
Olhei para Lucy e ela virou a cara olhando para outro lugar. Lucy não era muito de participar de corridas ou brincadeiras que exigem esforço físico.
- Eu topo! – Disse Runa apoiando o braço em mim e cruzando as pernas – Você também vai não é Shino?
- Ah, vou! E você Lucy?
- Hm... Eu vou ao banheiro. Pode ir indo na frente.
- É... Parece que ela não vai. – Disse Runa indo na frente.
De repente eu e Daisuke ficávamos fazendo aquela brincadeira de um dar um tapa na cabeça do outro como um pega-pega (o “pega-pega-de-cabeça”). Sem querer, foi passando os minutos de intervalo e esqueci que estava ignorando os outros dois, mas Daisuke também não percebeu. Ao olhar para o outro lado vi que Ariya e Runa estavam também brincando da mesma coisa. Nesse momento eu fiquei tão feliz. É como se estivéssemos separados em casais, brincando de algo tão bobo, mas ao mesmo tempo tão significativo.
Enquanto fui perseguindo Daisuke para lhe devolver o tapa que tinha levado vi que estávamos todos em casais. Eu e Daisuke. Runa e Ariya. Lucy e Hatase.
O sinal de fim de intervalo tocou e eu acertei-lhe o tapa e logo fugi. Apesar de não precisar de se dar o trabalho de correr atrás de mim (pois na sala, já que sentava atrás de mim, poderia revidar) ele correu. Formamos fila e entramos na sala. Como esperado ele bateu.
Muitas vezes eu tentava dar o troco quando eu voltava da ida ao lixo pra apontar o lápis.
Foi aí que me lembrei do papelzinho que encontrei na minha bolsa antes das férias de julho. Será que foi o Daisuke? Eu não poderia perguntar. De qualquer jeito eu teria que ignorar.
Depois da escola, ficava esperando lá fora a minha van chegar. Nesse pequeno tempo, brincava com o Daisuke, Runa e Ariya. Inclusive, minhas primas de segundo grau Kaori e Yumi, que também estudavam na escola Utakata,  chegaram a ter uma pequena participação na brincadeira do “pega-pega-de-cabeça”. Daisuke se enturmou muito rápido com as duas. Elas eram bem tímidas, mas até hoje elas se lembram dele.
Nos dias seguintes começamos a fazer as preparações para o teatro daquela história que eu havia feito. Todos da sala iriam participar. Runa queria, de qualquer jeito, ser a narradora. A professora estava organizando os papéis... Eles decidiram que a autora da história deveria fazer o papel principal (de uma, vamos dizer, ‘princesa’), então eu tive que fazer... Havia muitos personagens, inclusive o “príncipe”.


Autora: Hotaru Any

sábado, 17 de março de 2012

M - (4.Piece of Paper)



M
4. Piece of Paper
essência da amizade. O perfume das folhas se chocando com a realidade nunca vista. Nunca mais meus pensamentos seriam os mesmos.
Já tinha aceitado o fato que eu gostava do Mitsuhiro Daisuke e minhas amigas Lucy e Runa também já sabiam. Fiquei a pensar por horas como encará-lo de agora em diante. Será que ele notaria que é a pessoa por quem me apaixonei? Seria muito vergonhoso. Mas também, não tinha certeza se eu não queria que ele não notasse. 


Mas porque que eu gostava dele? Não havia algo de destaque em sua personalidade, talvez seja só uma atração. Ele não ia bem nos estudos, não tinha um físico muito bom e também não era um príncipe como eu sempre desejei. Todas as meninas desejam um príncipe. Educado, bonito e gentil. Daisuke não era nada disso. Na verdade, eu o achava muito fofo e bonito... Minhas amigas não diziam o mesmo. Talvez pensassem, mas não diziam.
O livro que a professora tinha passado para a gente fazer tinha uma data de entrega. Quando essa data chegou, todos entregaram, eu também. Como era de se esperar, a maioria havia feito livros com 5 à 8 páginas... Poxa, estávamos na 4ª série. Mas também tinham muitos ‘nerds’ que faziam de 20 páginas. Mas eu também não podia dizer nada... O meu tinha 35. Meus amigos e amigas acharam muito extenso e também elogiavam.
- Nossa Shino! Esse é um livrão mesmo né! – Disse Lucy – O meu só tem 5 páginas. Hahahaha!
- Sobre o que você fez Lucy?
- Sobre uma história de amor. Havia um casal que se amavam muito, mas no final a menina tem câncer.
Havia muitas histórias assim. Ás vezes não era câncer, mas acidentes de carro por exemplo. Todos entregavam os livros na mesa da professora e voltavam aos próprios lugares. Virei para trás e perguntei:
- Daisuke, sobre o que você fez?
- Hã?
- O livro! O seu é sobre o que?
- Ah... Isso... Eu não fiz.
- O que? Sério? Por quê?
- Ah... Dá muito trabalho... E é chato.
Isso é muito cara do Daisuke. Ele nunca fazia as tarefas certinhas, mesmo assim... Tinha algo especial nele que eu amava muito.
Eu tentei reagir como sempre. No intervalo para o lanche, jogávamos aquele “pega-pega de cabeça”. Era uma alegria e tanta tocar nos lisos cabelos dele e sempre ver o sorriso tímido estampado em sua cara de criança. Éramos somente crianças.
Depois da aula, ficamos embaixo daquela pequena arvore ao lado do portão da escola Harukaze. A mãe de Runa a buscou e fui embora de van... Muitas vezes o pai do Daisuke atrasava e eu ia embora sem vê-lo partir... Era ele quem via a minha despedida com a mão balançando acenando ‘tchau’.
No outro dia, já no começo da aula a professora me chamou lá na frente:
- Kanata Shino, foi você quem escreveu esse livro?
- Sim senhora.
- Meu Deus, que imaginação, querida. Sua história é muito engraçada e é simplesmente inacreditável que uma criança de sua idade tenha escrito algo que nem adolescentes do colegial conseguem hoje em dia.
- Obrigada.
- Kanata, você pode ler para a sala?
- Claro que posso. – Afirmei.
Eu pulei de felicidade, mentalmente. Eu sempre amei chamar atenção dos meus professores, deve ser porque minha mãe me educou de um jeito um pouco rigoroso dizendo sempre para ser ‘a melhor’ da sala. Não é que eu era... Tinha muitas pessoas mais inteligentes do que eu na minha classe.
A sala não ficava quieta, mas quando comecei a ler a terceira linha, todos os olhos estavam presos e concentrados na minha fala. Era impressionante chamar tanta atenção e tirar tantos risos. Sem querer me gabar, mas a minha história era muito engraçada. Graças à ajuda de minha mãe.
Tirei muitos aplausos e também foi decidido que iríamos fazer um teatro dessa história quando chegássemos à escola Utakata. Essa data já estava próxima.
Falando em data, já era dia dos pais. Todos estávamos preparando cartões para os nossos.
Depois da aula, na pequena arvore estávamos discutindo:
- Que raridade, hoje o Ryuu não veio. – comecei um assunto.
- Deve ter ficado de castigo, ouvi dizer que a mãe dele é muito brava. – Daisuke complementou.
- É mesmo, ainda mais que as notas já saíram. – Disse Runa – Ah, tenho que ir, minha mãe já esta aqui. Tchau Shino, tchau Daisuke.
Ela o chamando pelo primeiro nome me deixou um pouco impressionada. Mas acho que é normal, pois sempre brincamos juntos... Não era estranho.
Assim, restou apenas eu e Daisuke.
- Shino, você vai dar alguma coisa para o seu pai de Dia dos Pais.
- Não... Vou dar pra minha avó.
- Hahaha!!! Sério? Ta brincando, não é?
- Não, é sério. Não tenho pai.
- Por que? Onde ele esta?
- Não sei. Hahaha! – Disse fazendo uma cara de boba – Parece que esta no exterior. Ele abandonou minha mãe quando eu ainda era  só um bebe.
- Ah... Desculpa tocar nisso.
- Não tem problema, eu não ligo mesmo. Mas no lugar dele tenho uma pessoa muito melhor!
- Ah é? Sua avó? Com quem você mora?
- Com minha mãe e minha avó. Eu não sinto falta de um pai.
- Você não o vê? Nunca o viu?
- Vi sim... Quando tinha uns 3 anos, ele veio prá cá... Mas partiu logo.
- Ah sim. Sua avó e sua mãe devem ser muito boas mesmo, não é?
- São sim... São muito boas.
Essa conversa durou um longo tempo. Mas no final não consegui descobrir muita coisa dele. Somente sabia que o pai da pessoa que eu amava dirigia uma moto e tinha uma auto-escola de automóveis com o mesmo sobrenome: Mitsuhiro. Mas eu não queria saber do pai dele. Queria saber coisas como: O que você gosta de fazer... Que tipo de musicas você ouve... Como você é no dia-a-dia fora da escola... Que tipo de garota você gosta...
Ouras coisas eu descobria com o passar do tempo. Fiquei sabendo pela Runa que ele morava num apartamento não muito longe de casa, era perto da onde o pai dele trabalhava.
Já chegávamos numa época bem crítica para quem gosta de alguém da escola: as férias. Depois das férias iríamos voltar para a nossa querida escola Utakata.
Fui até o ultimo dia de aula, apesar de a maioria dos alunos não irem mais a escola. Da minha sala, estava presentes até o ultimo dia de aula: eu, Runa, Lucy, Hatase, Daisuke e mais umas 4 pessoas.
Muitas vezes, nesses últimos dias, a professora nos deixava ir para o pátio jogar qualquer coisa. Como sempre eu e Daisuke ficávamos nos batendo na cabeça:
- Hm... Isso vai dar amor, hem! – Algumas pessoas diziam.
- Claro que não! – Eu e Daisuke dizíamos em sincronia.
Mas apesar de dizerem isso, no ultimo dia de aula aproveitamos o máximo essa brincadeira já que não nos veríamos por quase um mês... Mas o sinal final tocou e nos reunimos na pequena árvore.
- Hoje meu pai esta atrasado – Disse Lucy – Posso ficar com vocês um pouco?
- Claro que sim! – Disse Hatase – “Positive”!
- Hã?! E o que você esta fazendo aqui, seu magrela? – Lucy tentou começar a brigar... Mas Hatase era muito tranqüilo
- Eita, estou esperando meu irmão... Hoje ele não veio na escola e parece que estava por aqui... Mas se ele não aparecer vou pegar carona com você, Lucy! Eu me garanto!
- Hã?! – O rosto dela avermelhou – Esta brincando não é?
- Haha! É brincadeira!
Após os dois irem embora, Runa também acabou indo...
- Ah que calor! – Reclamou Daisuke – Até que enfim férias! Não agüentava mais!
- Haha! Eu também! – Apesar de não querer dizer isso, concordei.
- Ah, meu pai...
- Hã? Hoje você vai embora primeiro? O tio da minha van esta atrasado!
- Haha! Ganhei! – Disse com um sorriso alegre – Até mais!
- Até...!
Vi ele colocando o capacete e montando na moto... Ainda estava em velocidade muito baixa quando viraram a esquina quando o vi acenando com a mão um “tchau”.
Eu tentei fazer o mais rápido possível, acenei rapidinho... Será que ele viu?
Assim sobrei lá naquela pequena árvore. De repente as lágrimas começaram a sair espontaneamente... Elas rolavam a medida de que eu não queria ficar longe dele.
Ao chegar em casa, morrendo de fome desarrumei minha mochila rapidamente separando os materiais. No canto de colocar a garrafinha de água na mochila, encontrei um papelzinho, desses de bilhetinhos que mandamos na sala de aula.
Eu já ia amassar e jogar no lixo quando pensei melhor pra ver se tinha alguma coisa escrita... E havia.  Hoje, apenas lembro que estava escrito isso:
“Kanata Shino, sempre sonho com você...”
Meus olhos paralisaram por um momento... Senti como se o tempo tivesse parado. O papel estava amassado demais para descobrir de quem era aquela letra... Mas quem será que mandou aquele pedaço de papel?

Autora: Hotaru Any

terça-feira, 13 de março de 2012

M - (3.Connected By A Little Thing)


M
3. Connected by a little thing
Opening

Nossa amizade se fortalecia, aos poucos, à medida de quando nossos olhos se encontravam, à medida de cada sorriso demonstrado, à medida dos tapas de dávamos e levávamos. Isso soou estranho? Não, é normal... Afinal, éramos crianças mesmo. Não pensávamos em nada a não ser brincar e se divertir.
Sabe o que aconteceu após eu ter revidado o leve tapa? Queria fazer um pouco de suspense, mas se eu enrolar vai ficar entediante. Já sou prolixa demais.
Naquele dia, debaixo da grande árvore do pátio principal da escola Harukaze um pequeno laço nasceu.
Como se pode imaginar, já que éramos crianças era de se esperar que essa brincadeira levasse a uma competição. Após eu ter revidado o tapa na cabeça, novamente e revidou levemente o que eu havia dado. Como eu não queria ‘perder’ dei outro tapa e isso virou um tipo de pega-pega, só que batendo na cabeça. Já não precisávamos falar ‘pedala Robinho’. Ambos sabíamos que estávamos pensando a mesma coisa, só não conseguia aceitar isso.
Após alguns dias, ainda na escola Harukaze, fomos incumbidos pela professora de escrever um livro. 
- Ah não! Por que justo nessa época do ano? Temos tantos trabalhos de outras matérias pra fazer! – Runa reclamou – Ainda mais um livro?!
- Dá nada, vou fazer umas 4 páginas e já esta bom! – Ryuu exclamou fazendo um ar de orgulhoso.
Apesar de muitos estarem odiando a idéia de escrever um livro, eu gostei, apesar de concordar com a opinião dos demais. Pensei que poderia ser uma ótima oportunidade para ‘destacar’ uma de minhas habilidades da época.
Nesse tempo eu e meus amigos e amigas gostávamos muito de escrever bilhetinho para conversar sem a professora nos chamar atenção. Escrevíamos, passávamos à pessoa discretamente e ela nos respondia fazendo o mesmo. Peguei um pedaço de papel da última folha do meu caderno e escrevi: “Sobre o que você vai fazer?”. Joguei para trás esperando que Mitsuhiro fosse me responder. Ele jogou o papelzinho na minha carteira, isso me animou até... Abri o papel amassado onde estava a resposta: “Não sei”. Que desapontamento.
Mais tarde soube que Lucy ia fazer sobre uma história de amor. Ryuu iria fazer uma de aventura e ação e Runa sobre histórias de terror. Eu mesma não sabia sobre o que fazer. Talvez eu pudesse contar coma ajuda da minha mãe quando chegar em casa.
Era mesmo uma desvantagem eu sentar na frente do Mitsuhiro. Por causa da nossa brincadeira do ‘pega-pega de tapas na cabeça’, sempre estava comigo. Sempre que, no intervalo, eu batia na cabeça dele, na sala de aula ele devolvia. Eu não podia ficar toda hora olhando pra trás e dando um tapa na cabeça dele. O que os professores pensariam?
Teve um dia que perguntei:
- Ei Mitsuhiro.
- O que?
- Posso te chamar de Daisuke?
- Hm?! – Ele se assustou e olhou para a janela um pouco envergonhado e sorriu tapando disfarçadamente a boca- Tanto faz...
Apesar de a resposta não ser exatamente clara, foi um grande avanço pra mim. Quero saber mais sobre o Mitsuhiro Daisuke.
Todos os dias depois da aula, esperávamos nossos pais ou responsáveis virem nos buscar. O pai da Lucy sempre estava na frente do portão esperando-a e o Hatase sempre ia embora com o irmão dele que estava no colegial. Assim, sobrava eu, Runa, Ryuu e o Daisuke. Ficávamos debaixo de uma pequena arvore ao lado do portão da escola. Demorávamos pra ir embora e sempre ficávamos brincando do tipo de brincadeira daquela idade: “Quem pula mais alto”, “Qual salto tem a distância maior” etc...
- Nossa olha o tamanho do pé da Shino! – Ryuu disse quando o silêncio estava predominando aos poucos e todos estavam sentados olhando para o nada.
- Hã? – Eu estranhei.
- Puxa, é verdade, que pequeno hem! Parecem aqueles pães! – Disse Daisuke rindo.
- Deixa eu medir nossos pés Shino – Pediu Runa colocando seu pé ao lado do meu – Uau! Quanto você calça?
- 29 – Respondi. Realmente, apesar de eu ainda ter dez anos, o meu pé era bem pequeno pra minha idade.
- O loco! Deixa-me ver, coloque aqui do lado do meu também. – Ryuu colocou seu pé ao lado do meu ajustando a altura – Eu calço 37! Haha! Coloca do lado do pé do Daisuke.
- Deixe-me ver – Disse Daisuke se aproximando.
Nesse momento minhas bochechas coraram. Pensar que um dia nossos pés já ficaram um ao lado do outro.
- Hahaha! Parece pé de criança! – Ele disse olhando para o meu tênis.
Para disfarçar minha vergonha eu olhei pros lados e vi a mãe de Runa estacionando o carro.
- Ah, Runa, sua mãe chegou.
- É verdade, até amanha, tchau...
Sempre era assim, a Runa era a primeira a ir embora, a mãe dela vinha buscá-la de carro.  O Ryuu, não lembro como ia embora, provavelmente de ônibus. Daisuke ia com o pai dele, de moto. E eu, de van.
Ao chegar em casa, direcionei-me à minha mãe:
- Mãe, hoje a professora disse-nos pra fazer um livro – Fiquei falando em voz baixa após deitar e rolar em sua cama – Mãe?
Ela estava como sempre, concentrada em seus trabalhos, escrevendo no computador. Apesar de sempre estar ocupada e eu ir encher o saco dela, ela sempre falava pacientemente comigo.
- O que?
- Eu quero fazer um livro muito bom! Um daqueles que choquem as pessoas, que elas fiquem bobas de ler! Um livro que as façam rir, de preferência... – Isso soou um pouco exigente da minha parte?
É certo que eu não estava pedindo para a minha mãe fazer o livro, mas sim pra ela me ajudar com algumas idéias.
- Faça sobre uma história de amor, que tal?
- Ah não... É muito normal... E a Lucy já vai fazer! – Além de exigente eu gostava de me sobre sair... ‘destacar’ seria a palavra? Não gostava de copias e sim trabalhos originais. – E se eu fizesse uma paródia? Ficaria legal não acha?
- É mesmo, mas tem que ser algo que todos já ouviram falar... Como... Contos de fadas! A Bela Adormecida, Branca de Neve, A Bela e a Fera, A princesa e o sapo, etc...
- Podíamos juntá-los em uma história só não acha?
Então foi essa a idéia para um livro. Eu ia fazendo a história e minha mãe dava as idéias e ia corrigindo a gramática de uma menina de dez anos de idade.
Quando chegou sexta feira, a Runa me convidou pra ir a casa dela. Minha mãe deixou, como sempre e quando cheguei lá fui muito bem recebida. Lucy também estava lá e nós três assistimos alguns filmes e brincamos. Mais tarde ficamos conversando.
- Ei Shino... De quem você gosta?! – Perguntou diretamente Lucy
- Hã? De muitas pessoas! - Respondi
- Não é desse jeito que estou falando... É em outro sentido! Você sabe qual!
Tentei me fazer de mal entendida, mas a Runa, muito esperta como sempre retrucou:
- É... Pode falar! Somos suas amigas não somos? Na verdade estamos até com palpites de quem seja! 
- Hã? Como assim? Hahahaha! Imagina... Eu?
- Mitsuhiro Daisuke, não é?
- Acha!
- Shino, percebemos que vocês estão se dando muito bem ultimamente, não é Lucy?
- Claro, as trocas de olhares e sorrisos! Que fofos!!!
- Ei meninas, já esta tarde, vamos dormir? – Gritou a mãe de Runa – Amanha vocês conversam mais.
- Vixi! Melhor dormimos senão sua mãe vai ficar brava Runa – Desviei o assunto
- Ah, não acredito! Mas primeiro você tem que admitir! Você gosta ou não gosta do Mitsuhiro Daisuke?!
- Esta bem, esta bem! Eu... Gosto!
- Sabia! – Festejou Lucy.
Não acredito que falei aquilo. Eu realmente... Gosto do Daisuke?



Autora: Hotaru Any

sexta-feira, 9 de março de 2012

M (Personagens)


M

M - (Personagens #Ito Ariya)


Nome: Ariya
Sobrenome: Ito
Características: Inteligente e muito popular entre as meninas. Praticamente o ‘príncipe’ da escola, faz tudo perfeitamente, porém não é muito bom em conversas. 
Gostos: Futebol e atividades físicas.
Matéria:  História
Físico: Cabelo médio castanho claro. Alto.

M - (Personagens #Yamamoto Hatase)


Nome: Yamamoto
Sobrenome: Hatase
Características: Inteligente, engraçado e sempre esta desenhando algo, mas nunca os pinta.
Gostos: Desenho, fazer careta e imitar gente famosa.
Matéria:  Artes
Físico: Cabelo loiro. Alto.