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terça-feira, 18 de setembro de 2012

ココロの叫び - Heart Scream


Hey people!
Quanto tempo, não?
Hehe, desculpem por não aparecer ^^"

Vim dar a noticia no meu tumblr. Já havia criado ele há um tempinho, mas esperei pra dar uma arrumada antes de falar aqui no blog!


Ah sim, vou continuar a história "M". Talvez demore um pouco. Mas não vou deixar de escrever!
Bom, o nome do meu tumblr é Kokoro no Sakebi (Heart Scream). Estou aceitando seguidores \o/ e se eu gostar do seu tumblr eu sigo tbm \o/


Se quiserem ver é só clicar na imagem abaixo!



sexta-feira, 27 de julho de 2012

忙しい!



Hey people!
Como vão?
Aqui estou bem ocupada (pra variar ¬¬)
Bem~~ vou falar o que estava fazendo nessas férias tooodas!
Tinha decidido estudar o livro de história inteirinho nas férias (isso que dá sua escola ser uma ****)
Terminei ontem =]
Agora já começou as aulas do meu cursinho de exatas e tenho um monte de tarefas!
Ainda tenho que conciliar esse tempo com o namoro ne ^^
Mas ainda bem que está dando certo ehehhe!
Ele é um amor e a família dele tbm é muito boa comigo!
Ele entende meu tempos de estudos e esta pronto para ouvir qlqr desabafo meu.
Se bem que ás vezes ele é bem estressadinho, mas isso não tem problema =]
Ah sim, e TODOS os dias das férias (seg, ter, qua, qui,sex,sab, dom) eu tive treino de yosakoi. ¬¬
E mais, os treinos era á noite, ou seja, sem vida social baby.
=( treinamos muito hard para um campeonato de yosakoi que terá nesse domingo (29/07).
Espero que tenhamos uma boa apresentação, todos estão se esforçando ao máximo para realizá-la =]
Ah sim, quem não sabe o que eh yosakoi, é uma dança japonesa originada das pescarias. tipo: "Dança de pescadores". Mas a gnt nao dança com peixe ou sei lá oque viu! shaushausuhas!!!é muito divertido sim! ^^

Bem people, fiquem com o cap. 10 de "M". Eu realmente demorei pra escrever esse né?! Me desculpem ><"
Mas espero que gostem =] E continuarei escrevendo viiiuuu!! ^^
Kisses
bye bye






M - 10. Confession


M
10. Confession


Opening: Flumpool - Kimi ni Todoke
Shino Kanata, 10 anos, 4ªsérie da escola Utakata. No próximo ano mudaremos de escola, porque Utakata não tinha o Ensino Fundamental. Eu teria que me mudar de escola. Daisuke Mitsuhiro, 10 anos, 4ª série da escola Utakata. Ele também teria que mudar de escola... Todos nós teríamos que mudar. Iríamos no separar, não poderia ficar com todos. Já havíamos passado de Julho e começava a me preocupar com o tempo. O tempo? O tempo.
O que Runa estava me tentando dizer...? Meus ouvidos ficaram ausentes no momento em que ela continuou a falar.
- Parece que o Daisuke está gostando de você.
- Hã? – Respondi – Sem chance... Não tem como isso acontecer! – Como ela tinha conseguido aquela informação? Eu não consegui acreditar que ele iria gostar de alguém como eu.
- Olha, ele vai querer falar com você alguma hora, ou você terá que falar com ele. – Disse Lucy.
Dei uma falsa risada e entramos para a sala de aula. O mais estranho é que a sala estava sem professor. A diretora chega e começa a falar:
- Pessoal! Crianças, vamos sentar! Olha, Kenji, sente-se, o intervalo já acabou! – A sala ficou em silêncio e ela continuou – A professora de vocês está em licença por causa de sua gravidez. O outro professor de vocês está chegando, mas vocês terão essa aula de janela.
O que era ‘estar de janela’? Eu não sabia naquela época, era a primeira aula de janela que tive. A sala, naturalmente, ficou um caos. Tinha gente jogando, correndo, falando e até mesmo jogando borracha no ventilador. Fiquei olhando a pracinha da escola através da já grande janela pensando no que Runa e Lucy disseram mais cedo.
- Acho que vai chover... – disse comigo mesma – Será que o céu quer isso...?
Dei-me conta das idiotices que eu estava pensando quando Runa me chamou por trás:
- Ei Shino! O Daisuke está ter chamando lá atrás.
Olhei e no fundo da sala havia duas cadeiras vazias á direita, uma ao lado da outra. Pensei comigo mesma “Meu Deus, e agora? O que eu faço? Devo ir pra lá? Se ele está me chamando... Então eu não escolha.”
Cheguei e sentei na cadeira do lado esquerdo. Ele veio e sentou ao meu lado olhando pra janela. Desviei meu olho para o piso de madeira velha do chão.
-... Pode falar... – Comecei
Estava esperando uma resposta emocionante, meus olhos se aproximaram da presença dele.
- Fala você primeiro – Ele disse.
“Ah, provavelmente ele já deve saber o que eu sinto por ele também”, pensei. Talvez Runa ou Lucy devem ter contado para ele, me incomodei um pouco com o que ele falou. Geralmente são os garotos quem tomam iniciativa, não? Bem... Pelo menos era o que eu havia ouvido falar.
-... Pode falar você primeiro. – Insisti.
Ele logo repetiu o que eu havia dito e não tive escolha a não ser dizer, tinha que aproveitar a oportunidade.
-Eu gosto de você. – Gelei. Esperei a resposta dele me concentrando para gravar sua voz na minha mente dizendo aquelas palavras.
- Eu também.
Poxa, não podia dizer com todas as palavras? Não? Geralmente garotas gostam quando as pessoas transmitem seus sentimentos claramente, com todas as palavras. Pelo menos era isso que eu esperava naquele momento. Você também o que? Você também se ama? Ah, fiquei muito nervosa com aquilo. Mas pelo menos não era um sentimento não correspondido.
Após ele ter falado isso, parecia que não comentaríamos mais nada. Então ele se levantou a cadeira e saiu da sala, nem me atrevi a olhar no rosto dele e provavelmente ele também não havia olhado no meu.
Ele era tímido ao extremo. Isso me incomodava um pouco. Me incomodava por não ser aquela pessoa que será abraçada de modo protetor, mas sim aquela que abraçará uma pessoa sem coragem. Talvez tudo mude. Talvez seja assim eternamente. Ele era tímido, tímido ao extremo. Mas era uma parte dele, uma das partes que eu gostava. 


terça-feira, 26 de junho de 2012

Words #003


Exclusão do Shibasaki Kazegumo.



Olá leitores e amigos!
Como estão indo?
Vim lhes trazes uma triste notícia. Creio que para vocês é algo estranho até, mas pra mim foi bem difícil tomar essa decisão.

Ultimamente estou ficando sem tempo até mesmo para assistir animes ou ler mangás. O Shibasaki Kazegumo cresceu muito rápido e atraiu muitos leitores em pouco tempo, sinceramente. E com isso iria exigir um pouco mais do meu tempo para atender á todos os pedidos que me fazem. Por isso cheguei a conclusão de que não poderia dedicar esse tempo necessário para cuidar do Shibasaki Kazegumo.

O tempo em que dediquei ao blog foi extremamente grande e não queria que fosse em vão. Mas também não adiantaria nada deixar um blog desativado.
Peço desculpas a todos vocês.
Não pretendo excluir esse blog (The Sky of Someday). Mas vocês já sabem que eu posto bem pouco nele não é? Então, pela minha necessidade de expressão e comunicação irei criar um tumblr. Bem... Ainda pensarei bem no caso, quando ele estiver pronto colocarei aqui no blog ^^
Peço desculpas por não estar comentando nos blogs das pessoas abaixo, confesso que andei sumida sim.
Queria agradecer muito ás pessoas que fizeram o Shibasaki Kazegumo crescer em muitas coisas.
- Flávia
-Yumi
- Nina
- Mekashi (Karina)
- RafaNight
- Eu mesmo adolescente
- C.C
- Hel-chan

Vocês me ajudaram muito nesses tempos! Foi muito bom em tê-los conhecido!! (credo, isso parece uma despedida o.o)
kkkkkk
Kisses


quarta-feira, 25 de abril de 2012

M

Título:           "M"
Autora:                     "Any Hotaru"
Baseado em fatos reais

Personagens


Capítulos









quinta-feira, 19 de abril de 2012

M - 9.The Smile to Sky



M
9.The Smile to Sky

Opening: YUI - Laugh Away
Algo de que eu muito me perguntava era o que a pessoa que eu gostasse faria depois que se declarasse a ela. Minha mente de apenas dez anos não sabia dessas coisas, mas queria saber. Runa e Ariya estavam em uma relação muito boa. Eles estavam ‘ficando’, como ela tinha me dito. Será que eles não tinham vergonha? Talvez este fator seja algo que só esteve em minha cabeça, porém eu não sabia como me livrar dele... Ele não me ensinou.
- Ei Shino, a gente vai ao cinema, não quer vir? – Perguntou Runa.
- Claro! Quem vai?
- Eu, o Ariya, a Lucy, o Hatase, a Nao, a Airi,  e a Hina. – As últimas três meninas eram muito amigas nossas – Vou ver se convido o Daisuke também.
Dei risadas e disse:
- Se bem que acho que o Daisuke não iria.
- Por que? – Disse Runa.
- Sei lá... Não é muito a cara dele.
Quando me encontrei com o Daisuke, fiz uma brincadeira com uma caneta que tinha aprendido com meu tio. Eu pegava a tampinha e a caneta e ficava girando uma envolta da outra.
- O que é isso? – ele perguntou.
- Espera... Estou magnetizando a caneta. – Respondi absurdamente.
Em seguida coloquei o bico da caneta, que estava em uma das mãos, apontando para o lado aberto da tampa, que estava na outra mão, sem encostá-las. Em seguida a tampa se encaixou na caneta como se fosse um imã.
- Uau, como você fez isso?
- É mágica.
- Espera... Refaça.
Eu refiz e ele logo adivinhou.
- Ah, entendi... Você empurra a tampinha com o dedo pra ela ‘pular’ para a caneta.
- É, isso aí. Adivinhou rápido...
- Deixe-me tentar.
Ficamos fazendo isso por um bom tempo. Eu não era muito boa, mas ficamos treinando para pegar prática. Mais tarde mostramos para a Runa e os outros.
- Você vai ao cinema? –Perguntei ao Daisuke
- Ah, não sei... Vou ver.
- Hm... Vai sim! – Dei um tapa na cabeça dele e saí correndo olhando pra trás e vendo o sorriso tímido característico dele.
No cinema ocorreram algumas confusões. Nao, Hatase, Lucy e Hina chegaram lá primeiro e já entraram. Quando eu, a Runa, o Ariya e a Airi chegamos, estávamos atrasados e não conseguimos entrar naquela sessão, por isso tivemos que entrar na sessão que tinha acabado de começar. Entretanto, no final do filme nos encontramos na saída, como esperado, o Daisuke não havia vindo. Já que estávamos lá, aproveitamos pra tirar uma foto.
- Que pena que o Daisuke não veio né? – Disse Lucy.
- Eu sabia que ele não vinha – Dei uma risada para disfarçar minha tristeza por esse fato. – Acho que ele nunca foi a um cinema. – Tirei sarro e gargalhei falsamente.
- Shino... – Lucy me chamou sem brincadeiras.
- Sim?
- Por que você não se declara para o Mitsuhiro?
Me declarar para o Daisuke? Era quando você diz para a pessoa o que você sente por ela? O que eu sentia pelo Daisuke era o que eles chamavam de ‘amor’? Era algo que eu não conseguia colocar em meras palavras, era como se o que eu sentia superasse qualquer palavra.
- Ah, mas ele nem gosta de mim.
- Como não? Está meio que na cara que vocês se gostam... Até a Airi, a Nao, e a Hina já notaram.
- Sério? – Abri a boca com ar de surpresa. – M-mas como? – Corei.
- Bem, ninguém disse nada, viu? Elas que perceberam e vieram falar comigo e com a Runa.
Lucy deu risada e insistiu na declaração ao Daisuke. Após essa noite eu fiquei pensando seriamente em me declarar.
Foi aí que minha cabeça formulou as mais sufocantes perguntas:
“E se ele não gostar de mim? E se ele começar a me ignorar? E se a escola inteira souber? E se nossa amizade for estragada por simples palavras? E se ele não quiser mais me ver? E se alguma outra menina que goste dele começar a pensar mal de mim? E se ele me achar uma estúpida? E se ele me der um fora? E se as outras pessoas começarem a tirar sarro de mim? E se...?”
Minha cabeça doía. Eu não queria mudar aquele ambiente. Eu só queria ficar sempre o Daisuke. Sempre...
Na nossa escola, Utakata, tinha um pátio na entrada interna. Nesse pátio havia um mini palco. Do lado direito havia o banheiro das meninas e do esquerdo o banheiro dos meninos.  Do lado oposto tinha uma porta, que após passá-la, ia-se de encontro com um enorme corredor. À direita havia a direção e uma escada para o andar de cima. No corredor encontravam-se várias salas de aula. No andar de cima, idem, e também a biblioteca. No andar debaixo, como eu havia dito, tinham várias salas, e no final do corredor deparava-se com duas escadas compridas, uma de cada lado. Após descê-las encontrava-se o refeitório e a cantina, com muitas mesas e cadeiras.  Depois do refeitório havia outra porta, que após atravessá-la havia um pequeno pátio com uma ou duas mesas do lado esquerdo e um banheiro feminino e outro masculino. Era onde a escola acabava.
Na semana seguinte, eu, Runa, Hina, Ariya, Daisuke, Airi, Nao, Hatase e Lucy – o “bando” – fomos brincar de “Detetive”. Depois de sair correndo do corredor, sentamos na comprida escada do lado esquerdo. Lá ficamos jogando e lanchando. Após um tempinho encerramos a brincadeira. As meninas foram para o banheiro e os meninos foram pegar a sobremesa do dia. Fui à cantina comprar chiclete e sem eu perceber, Daisuke bateu na minha cabeça.
- Seu Vaca Azul! – Gritei. – Volte aqui!
- Aqui o seu troco mocinha – Disse a ‘tia da cantina’.
Quando comecei a correr para devolver o tapa, eu já não o via mais.
- Acho que ele deve estar escondido no corrimão da escada – Pensei. Já que o corrimão daquela grande escada era de concreto, dava muito bem para alguém se esconder lá.
Subi, mas não ele não estava lá. Terminei de subi e vi que na outra escada ele também não estava. Então fiquei observando de lá de cima pra ver onde estaria. Após um bom tempo percebi que ele estava do lado do refeitório com o Ariya, a Runa e Lucy. Parecia que estavam ali bom um bom tempo e eu sequer tinha notado. Ia descer da escada para ver o que eles estavam falando quando recuei. Decidi ficar observando um pouco. Daisuke estava encostado na parede, Ariya em sua diagonal. Runa e Lucy estavam de frente para Daisuke, que estava sorrindo com aquele jeito tímido dele. Elas pareciam estar pressionando ele de alguma coisa. Eu estava tentando descobrir o que eles estavam falando, mas tudo em vão.  Foi quando um mero gesto de Daisuke fez meu coração acelerar como nunca; ele apenas ergueu a cabeça em linha reta sorrindo como se o céu tivesse realizado um milagre. Eu nunca pude me esquecer dessa cena. Eu logo sorri, ao vê-lo sorrindo.
Após ele ter dito algo e ter feito esse gesto que fez meu coração saltitar, as meninas saíram daquele lugar e o sinal do encerramento do intervalo tocou. Elas subiram as escadas e perguntei:
- Ei, sobre o que vocês estavam falando? – Perguntei sorrindo curiosa.
- Shino... – Runa me agarrou pelos ombros e vi Lucy rindo – Parece que o Daisuke... 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

A notice for you readers.



Olá leitores do Sky Of Someday.
Como estão todos?
Eu resolvi fazer neste blog, algumas páginas de Keitai Shosetsu (logo logo farei um post a respeito), mas para vocês poderem ficar por dentro; é uma espécie de novela japonesas lidas através de celulares, muito populares no Japão.
Alguns títulos famosos que são/foram Keitai Shosetsu são: Akai Ito, Koizora, e outros...

Aqui postarei de acordo com o tempo e com o que vou achando.
Caso você, leitor não saiba japonês, pode também ler o meu livro M (semana que vem, próximo capítulo), que após finalizá-lo, pretendo escrever a versão em inglês e mais tarde em japonês.

Se não gosta de post de textos em japonês, peço a sua paciência, pls.

Comentários e opiniões serão bem vindas =)

Obrigada.

Any



quarta-feira, 4 de abril de 2012

M - (8. Fragments)


M
8. Fragments

Opening: Crystal Kay - Konna ni Chikaku de
Pequenos fragmentos de lembranças não são o bastante para repassar os incríveis momentos e inacreditáveis sentimentos. Tudo estava brilhando como os raios do amarelo satélite natural no momento em que o galo vizinho recita a monótona canção.  Era imaginável para a mente de 10 anos de vida que tudo mudaria tão drasticamente.
Um dia na aula de educação física, fomos jogar lá fora, no pátio da escola. Boa parte dos fragmentos de lembranças que possuo da importante época, ocorreram naquele grande pátio que, atualmente, foi reformado tentando apagar minhas lembranças. Nessa aula os meninos jogaram futebol. Sentei na baixa muretinha e observei os habilidosos passos da pessoa que eu dependia emocionalmente. O vento batia silenciosamente e acompanhava os gritos de “Aqui!”, “Passa pra mim!” ou “Marca ele!”. Na verdade, nunca fui fã de futebol, mas se for ver-te jogando, eu poderia passar horas e horas.
- Quer jogar? – Disse ele saindo do jogo suando e sentando ao meu lado.
- Eu não... Vocês são bons demais! – disse batendo no seu ombro.
- Hahaha, sua boba! – Retrucou batendo na minha cabeça.
- Daisuke...
- Oi?
- Você vai ser o que futuramente? – Queria que ele dissesse algo muito fantástico, mas eu sabia que seus sonhos não eram assim como eu pensava – Quero ser uma cantora!
- Você? Hahaha!
- O que foi? E você?
- Eu? Hum... Eu quero ser jogador de futebol! Haha!
Apesar de não ser muito fã, eu o apoiei em meus milhões de pensamentos.
- Eu... Acredito que você será um grande jogador... – Disse eu voz baixa, olhando para o lado oposto e corando.
- O que disse?
- Nada...

Ao final da aula, nos reunimos na frente da escola para esperar nossas respectivas caronas. Brincávamos sempre das mesmas coisas, competição de quem pulava mais longe ou mais alto e outras competições... Daisuke tinha um espírito muito competitivo. Conforme as folhas secas iam caindo numa fração de segundos, íamos trocando palavras infantis rudemente doces. Brincadeiras e comunicação. Talvez foi isso o que mais fortaleceu nossa amizade. Uma arma muito poderosa até mesmo para alguém como eu.
- Ei, vamos ver quem é mais rápido na corrida de cavalo?
- O que esta dizendo Runa? – eu disse – Onde você esta vendo cavalos?
- Ah sim, eu conheço essa brincadeira. Um sobe nas costas do outro e apostam corrida, não é? – respondeu Ariya.
- Isso mesmo! – confirmou Runa.
- Sobe aí Runa. Daisuke, vou apostar com você viu? Não pense que ganhará!
- Ah é? Hahaha, até parece que vu te deixar ganhar! – Daisuke respondeu à Ariya – Sobe aí Shino.
O que? Daisuke ia me carregar de cavalinho? Ao me deparar com isso, já estava em suas costas. Será que eu estava muito pesada?
- Estou muito pesada? – tentei tirar minhas dúvidas.
- Haha, obvio que não! Eu sou muito forte! Haha – Além de competitivo, seu espírito era muito orgulhoso.
E assim, o as fracas cores do céu azul iam escurecendo sem se tornarem fortes, pois marcávamos momentos.

Na outra manhã marcada por bocejos, meus olhos se encontraram com os dele, desviaram em um segundo e voltaram a se encontrar. Era o dia da viajem marcada pela professora.
Preparávamos-nos para ir à Fazenda do Ponhal. Formamos uma fila na entrada interna da escola e todos falavam ao mesmo tempo ao ponto de estressar a professora. Eu e Daisuke continuávamos no “pega-pega-de-cabeça” como sempre. Corríamos tentando disfarçar nossos sorrisos e emoções, desviando das pessoas e de olhares dos professores.
Quando finalmente saímos da escola, fazia frio lá e um vento gelado bateu fazendo a blusa de frio azul dele estremecer. Eu via suas costas distantes no fim do declínio da entrada que se viraram rapidamente e sua face se direcionou a mim.
- Dragão Branco!!! – Gritou com um tom que escondia a alegria.

Quando chegamos à Fazenda do Ponhal fomos guiados por instrutores de lá. Levava-nos para conhecer vários locais da fazenda que era extremamente grande. Assim como Lucy estava com Hatase discutindo, Runa estava com Ariya, e eu não queria atrapalhar o momento romântico dos dois. Fiquei tentando seguir Daisuke sem que ele percebesse, gostaria que ele viesse ao meu lado, mas eu também poderia ia até ele se o orgulho não me atrapalhasse. Também  queria que ele não notasse que eu estava sozinha, todos me viam como uma menina extremamente alegre e Daisuke não era uma exceção, sentiria pena de mim.
Mais tarde, depois do lanche que nos deram, entramos num mini ônibus da fazenda. Ainda não tinha terminado de comer o pão quando todos estavam entrando nele. Quando subi no ônibus, todos os lugares estavam ocupados. Olhei para o lado e Daisuke também estava sem lugar. Me posicionei perto da roleta do cobrador e me apoiei na base de ferro do meu lado deixando um espaço para Daisuke, que vinha ao meu lado.
Assim, passávamos a viagem em pé, um ao lado do outro olhando para as paisagens da janela. Os fragmentos do por do sol manchado de vermelho acompanhava as fortes batidas dos nossos corações. 


Autora: Hotaru Any

terça-feira, 27 de março de 2012

M - (7. Blue Cow)


M
7. Blue Cow
Opening: Aqua Timez - Chiisana Tenohira
    R una Emiya. Minha melhor amiga desde o dia em que a conheci. Minha infância foi marcada, também, pelos dias em que passamos juntas, os dias em que passava na casa dela, e ela na minha. Mesmo suspeitando... Não havia por que me preocupar.
- Do que esta falando Shino? Esta louca?!
- Ah... Só estava curiosa.
- Só porque eu estava brincando um pouco com ele? O que tem de mais?- Nessa hora fiquei um pouco com medo da Runa... Ela parecia estar um pouco nervosa – Se você pensa assim, então não vou mais brincar com ele ta?
Fraca. Eu sempre fui fraca. Não pude dizer se quer uma palavra de desculpa por julgá-la mal. Eu... Nunca tive coragem de dizer as coisas...
Eu e Runa, aparentemente havíamos tido uma briga. Eu não queria isso. Ela também não, acreditava. No dia seguinte, fui novamente procurá-la depois do sinal de entrada.
- Runa! – Ela virou e eu parei de correr – Runa... Desculpe por ontem, eu... Não quero brigar com você. Me perdoe!
- Ah... Tudo bem. Não tem problema, eu entendo perfeitamente... Você só estava com um pouco de ciúmes não é?
- Ciúmes...?
Quando entramos na sala, sentei e vi o Daisuke passando por mim com aquela blusa de frio azul que, por sinal, usava todos os dias.
“Toc”. Fez o barulho da mão dele batendo em minha cabeça:
- Nossa! Que cabeça oca! – Disse ele.
- A sua que é oca!!! – Respondi com um tom de voz mais alto tentando alcançar a cabeça dele.
- A sua! Olha, fez até barulho! Não escutou não? Agora é surda também?
E novamente, começo a nossa discussão. Eram assim todos os dias.
- Sua vaca azul! – Disse batendo na cabeça dele.
Vaca azul? Isso virou um apelido que dei a ele. Naquela época eu pensava como um xingamento, a palavra ‘vaca’ (depois que descobri que era somente usado para mulheres). Quando falei ‘Azul’, me referia à blusa de frio que ele usava todos os dias.
Mais tarde ele também me apelidou de “Dragão Branco”. Eu não fazia idéia do que era, nem tive coragem de perguntar. Mas achava que tinha algo haver com a cultura japonesa.
Eu gostava de uma Vaca Azul. Para mim era O Vaca Azul. Sempre.
Daisuke não era um aluno muito exemplar. Talvez ele se desse o máximo de si, mas não se dava bem com os estudos. Mas tudo bem... Eu não ligava pras notas que ele tirava na escola ou das reclamações que professores faziam.
Ele freqüentemente tinha fortes dores de cabeça, enxaquecas mesmo. Pareciam ser tão insuportáveis que ele tinha que ir embora. Isso... Era freqüente, como disse. Ele parecia sofrer bastante com isso. Eu odiava esses momentos... De jeito nenhum queria que a pessoa que eu gostasse passasse por esse sofrimento...  E se... Ele tivesse algo mais grave...?
- Crianças, depois de amanha estaremos fazendo uma viagem para a Fazenda do Ponhal.  Iremos de ônibus no horário de aula. Gostaria que vocês entregassem essa autorização para seus pais e trazê-las amanhã sem falta, entendido?  - Disse a professora.
A sala comemorou pela viagem e pelo fato de não termos aula.
- Ei Dragão Branco, você vai? – Perguntou Daisuke.
- “Dragão Branco”? Preciso ver com a minha mãe, mas quero ir sim! E você, Vaca azul?
- Acho que sim.
 - Ei Runa, Lucy, vocês vão?! – Perguntei erguendo a voz... Quase que a professora me chama atenção.
- Claro! – Disse Runa – Depois preciso te falar uma coisa!
- Aham, só preciso ver com a mamãe! – Disse Lucy. Hatase tirou sarro por ela ter falado “mamãe” e ela bateu nele. Os tapinhas da Lucy pareciam arder.
O que será que Runa queria falar comigo? Parecia ser algo bom. O sinal do sinal de intervalo tocou e fui procurar a Runa, que tinha corrido para o banheiro me chamando.
- Ei, o que você queria me falar?
- Ah!!! Você não sabe! – ela disse agitada.
- Claro que não sei.
- Sabe o Ariya? Ele disse que gosta de mim!!!
- “Sééééério!?” – Novamente ergui a voz e abri a boca.
- Fica quieta! – Runa disse tapando minha boca.
- Então vocês dois estão namorando?
- Não... Eu ainda não disse nada, mas acho que vou pedir pra ficar com ele.
“Ficar”? Eu não conhecia essa expressão em outro sentido a não ser “estar”.
- Ah... Que bom! – Fingi entender – Então vai logo!
Quando saímos do banheiro vi o Daisuke em uma das mesas brincando de “Braço de Queda” com os outros meninos das outras classes. Fiquei vendo-o por um tempo enquanto comia o meu pedaço de pão com manteiga. Ele ganhava de todos... Apesar do braço fino dele, ele derrotava todos os outros meninos.
- Uau... – Eu disse pra mim mesma.
Bateu o sinal para voltarmos para a sala de aula. Daisuke olhou para mim e viu que eu estava olhando pra ele e desviou o olhar rápido.
Quando eu estava chegando à sala de aula conversando com a Lucy. Ele passou por mim batendo na minha cabeça dizendo:
- Oi Dragão Branco.
Rangi os dentes e gritei nervosa:
- Vaca Azul!

Autora: Any Hotaru

sábado, 24 de março de 2012

M - (6. My Prince)




M
6.My Prince
                     A história que criei por causa de um pedido qualquer da professora Yukino, responsável de minha sala, virou o assunto da escola. Fui junto com minha ela, em seu carro, para a Diretoria de Ensino da minha cidade. Eu era muito tímida na frente de gente grande e nunca puxava assunto. Ao entrar naquela sala gigante onde havia uma quantidade grande de professores e diretores fiquei surpresa e morrendo de vergonha. Sentei em uma cadeira ao lado da professora Yukino. Além de mim não  havia mais nenhuma criança, a não ser uma. Duas cadeiras depois da minha, vi um menino um pouco mais velho que eu, mas devia ser coisa de um ou dois anos. Tivemos uma recepção muito boa, com biscoitos e suco na mesa. Após os responsáveis da reunião da Diretoria de Ensino falarem um monte de bobagens que minha ingênua e pequena cabeça não entendia, fizeram a apresentações de 2 alunos que se destacaram durante o ano nas escolas em que estavam em assunto, e um desses alunos era eu.
O primeiro aluno era o menino que eu tinha visto. Segundo os professores da sala, aquela pequena criança era superdotada. Fiquei muito maravilhada ao ouvir isso! Pelo que vi, o menino era muito inteligente e no momento, desejei ser como ele.
A segunda aluna era nada mais nada menos que Kanata Shino, eu. Tive que ler na frente de todas aquelas pessoas velhas (ou não) e com cara de seres ocupados. Mas no fim foi tudo bem, recebi muitos aplausos e vários elogios... Fizeram-me algumas perguntas também, algumas que não conseguia responder, outras que achava idiotas.

No dia seguinte, repórteres de um jornal vieram a escola. Sim, era sobre o grande livro que uma menininha de dez aninhos havia criado. Tiramos fotos com os colegas da minha sala e fizeram-me mais perguntas. No jornal apareceu que faríamos um teatro da comédia.
A não é que fizemos mesmo?
Estávamos para escolher os personagens da história. Como disse, eu era a ‘princesa’ e Runa era a narradora. Lucy foi outra princesa (não a principal... uma que só aparecia em um momento para dançar com a ‘Fera’, sim, a Bela). Hatase, Ariya e Ryuu foram anões (é... da história dos 7 anões).  E Daisuke? Bem... Essa discussão demorou um pouco.
No porão estávamos preparando os materiais que utilizaríamos e também os personagens.
-Hum... Vou ter que decorar um monte de falas né... – Resmunguei – Pelos menos você só terá que ler, Runa.
-Ai que legal! Eu vou ser narradora – Runa disse rodando em volta de si mesmo.
“Será que o Daisuke vai ser o eu príncipe?” pensei.
- Ei Shino, será que o Mitsuhiro Daisuke vai ser seu príncipe?! – Lucy cochichou.
- Acha!? Claro que não... – Espantei-me pensando que ela tinha lido meus pensamentos –... Não tem como uma coisa dessas acontecer...
Inazuma era um dos meninos da minha sala que faltava ser algum personagem... Daisuke também. Provavelmente só faltavam os dois. E os papéis que faltavam eram o “Príncipe” e o “Saci-Pererê”.
Eu temia que isso acontecesse, foi então que a professora anunciou.
- É... Então estão decididos todos os personagens! Mitsuhiro, você será o “Saci-Pererê” e o Inazuma será o “Príncipe”.
Hã?! Como assim?! Professora, você não vê que eu e Daisuke fazemos um casal perfeito?! (Eu realmente fiquei indignada nessa hora) Fiz uma cara de choro que provavelmente Lucy e Runa viram.
Após a professora Yukino tomar essa decisão fomos dispensados. Corri para a sala de aula para pegar minhas coisas:
- Shino! Espere aí! – Runa e Lucy gritaram e sincronia correndo atrás de mim.
Parei na porta da sala, mas com a cara de choro que estava não tive coragem de olhar para elas. E se eu começasse mesmo a chorar?
- Shino? Tudo bem? – Disse Lucy  apoiando minha cabeça abaixada em seus braços. 
- Olha, vamos voltar e falar com a professora ok? Quem sabe conseguimos mudar a decisão dela. – Disse Runa, contudo não conseguia dizer nada e minha cabeça continuava abaixada. – Fique tranqüila, não revelaremos nada de importante.
Com isso, as duas me deixaram na sala de aula e correrão para o porão onde se encontrava a professora... Fiquei pensando como sou dependente das duas e rezando para que desse certo. Depois de alguns poucos minutos os outros colegas de sala começaram a entrar. Limpei o rosto e comecei a mexer no material até meu rosto voltar à expressão normal para conversar como sempre. Não demorou muito e ouvi passos de gente correndo desesperadamente. Tais pessoas abriram a porta e gritaram:
- Shino! Conseguimos! Conseguimos!
Lucy e Runa estavam gritando já sem fôlego. Não fiquei sabendo o que elas fizeram para convencer a professora, mas de qualquer jeito, Daisuke seria meu “Príncipe”!
Fiquei aliviada e agradeci às meninas. Pedi também para que não falassem alto assim porque senão suspeitariam de que convencemos a professora para trocar os papéis.
No dia seguinte a professora anunciou:
-Inazuma, Mitsuhiro. Eu resolvi trocar os papéis de vocês. Inazuma será o “Saci-Pererê” e Mitsuhiro será o “Príncipe”. Nenhuma objeção né?
Ninguém contrariou ou deu outra opinião. Então, começaram os ensaios!
Fiquei preocupada por Daisuke ter que decorar todas aquelas falas, sinceramente, cheguei a achar que ele não conseguiria por ter dificuldades nas matérias da escola, mas me convenci que acreditaria nele!
Embora estivesse ocorrendo tudo certo com os ensaios, havia algo que eu estava bem incomodada...
Ultimamente, nesses ensaios da peça, Runa e Daisuke estavam conversando bastante, nada de diferente nisso não é? Mas bem, era mais do que o normal e do nada ela começou a brincar do “Pega-pega de cabeça” com ele. Não era pra ficar, mas eu fiquei um pouco incomodada com isso... Fiquei várias vezes me perguntando se isso era normal. Fiquei várias vezes me convencendo de que ela não gostava do Daisuke. Fiquei várias vezes me convencendo de que o ‘alvo’ dela era o Ariya.
Mas como Runa era minha amiga e estava me ajudando a me dar bem com o Daisuke achei que não era algo para se começar uma briga. Porém o “Pega-pega de cabeça” era algo muito significativo para mim. Foi a brincadeira que uniu nós dois, algo tão pequeno nos fez ser mais ‘íntimos’.  
- Que bobagem – Disse pra mim mesma.
Bom, não adiantava nada ficar parada lá, com um pequeno ‘ciúmes’. Eu tinha que fazer alguma coisa. Foi aí que puxei Runa para uma conversa particular.
- O que foi Shino?! – Ela disse rindo
- É... Preciso falar com você rapidinho...
- O que aconteceu?! Estou ficando preocupada!
- Posso te fazer uma pergunta?- Eu disse sem rodeios.- Mas você terá que me responder com sinceridade ta?
- Pode, pode! O que é?
- Runa... Por acaso...Você está gostando do Daisuke?


Autora: Hotaru Any

quarta-feira, 21 de março de 2012

M - (Personagens #Kana Kinue)



Nome: Kinue
Sobrenome: Kana
Características: Prima de Shino Kanata (mais como uma irmã) e 1 ano mais nova que ela. Sua paciência se esgota muito facilmente, é uma boa menina, muito educada. Limpa a casa bem. Não gosta, de jeito nenhum, de estudar. Ama irritar e encher o saco dos outros. Não consegue guardar segredos, mas conta-os inconscientemente. É uma ótima companhia. 
Gostos: Música, sair com os amigos, jogar. 
Matéria:  ------
Físico: Cabelo médio castanho claro. Alta (atualmente).

M - (5.Couples)


M
5. Couples
  As férias de julho da infância de apenas dez anos foram as mais desanimadoras e intermináveis férias que eu pude ter. A minha vida escolar nessa época foi a mais animadora e rápida que pude imaginar... Não... Não houve tempo de imaginar nada. Sem duvida, foram os dias que eu mais senti saudades de uma pessoa... Ninguém além do Daisuke.
Sempre fui uma menina que não gostava de sair de casa. Mas nessas férias fiz muitos passeios para chácaras e casas de tios. Minha mãe levou-me também ao shopping para fazer compras e brinquei bastante com a minha prima que vinha toda semana em casa. Sou filha única e não tinha com quem brincar em casa... Então minha prima Kinue sempre me visitava. Ela era um ano mais nova que eu. Apesar de brigarmos muito, sempre voltávamos a nos falar normalmente como se nada tivesse acontecido. Lembro-me de que um dia chegamos a discutir feio. Kinue me deu um tapa no rosto e eu dei um soca na barriga dela. Deve ter doido muito porque logo depois ela foi correndo choramingando para a nossa avó e telefonou para a mãe dela que a veio buscar. Éramos como irmãs, que moravam em casas separadas. Quando brigávamos ou quando minha mãe decidia fazer limpeza em casa, ela ia embora pra casa dela e sobrava pra mim. Mas fomos crescendo e isso foi mudando...

Após as terríveis férias de julhos terminarem não voltamos à escola Harukaze, mas sim à escola Utakata. As reformas já haviam acabado e  o resultado foi positivo. Todos gostaram muito e ainda havia um pouco do cheiro de tinta das paredes da nossa sala.
- Classe! Silêncio! – Gritou a professora, ‘interrompendo’ os nossos comentários sobre a reforma – Hoje temos um estudante transferido. Pode entrar.
Ela fez um sinal com a mão para o novo aluno entrar.
- Sou Ito Ariya. Podem me chamar somente de Ariya – Ele disse.
Ariya tinha uma aparência bondosa. Ele era alto, cabelos castanhos claros, olhos também claros, usava óculos e era um pouco tímido. Confesso que o achei muito parecido com aqueles príncipes dos contos de fadas. Sim... Após ele se transferir, ficou com um pouco de popularidade entre as meninas, sendo assim conhecido como “Príncipe”. Mas isso não durou muito tempo.
Logo Daisuke se tornou muito amigo de Ariya e sempre estavam juntos. Inclusive nos jogos de futebol nas horas da educação física.
- Ei, vocês não acham o Ariya muito fofo?! – Cochichou Runa pra mim e pra Lucy.
- Hã? Ta pirada? Aonde você esta vendo isso? – Lucy respondeu com cara de não estar entendendo o que Runa dizia.
- Ah... Esqueci que você gosta do Hatase – Runa disse – E você Shino, o que acha? Ah, é verdade... Você gosta do...
Nessa hora eu tapei a boca da Runa e por trás dela vinha o Daisuke junto com Ariya. Daisuke se dirigiu a mim e disse:
- Vocês não querem brincar de esconde-esconde ou pega-pega?
Olhei para Lucy e ela virou a cara olhando para outro lugar. Lucy não era muito de participar de corridas ou brincadeiras que exigem esforço físico.
- Eu topo! – Disse Runa apoiando o braço em mim e cruzando as pernas – Você também vai não é Shino?
- Ah, vou! E você Lucy?
- Hm... Eu vou ao banheiro. Pode ir indo na frente.
- É... Parece que ela não vai. – Disse Runa indo na frente.
De repente eu e Daisuke ficávamos fazendo aquela brincadeira de um dar um tapa na cabeça do outro como um pega-pega (o “pega-pega-de-cabeça”). Sem querer, foi passando os minutos de intervalo e esqueci que estava ignorando os outros dois, mas Daisuke também não percebeu. Ao olhar para o outro lado vi que Ariya e Runa estavam também brincando da mesma coisa. Nesse momento eu fiquei tão feliz. É como se estivéssemos separados em casais, brincando de algo tão bobo, mas ao mesmo tempo tão significativo.
Enquanto fui perseguindo Daisuke para lhe devolver o tapa que tinha levado vi que estávamos todos em casais. Eu e Daisuke. Runa e Ariya. Lucy e Hatase.
O sinal de fim de intervalo tocou e eu acertei-lhe o tapa e logo fugi. Apesar de não precisar de se dar o trabalho de correr atrás de mim (pois na sala, já que sentava atrás de mim, poderia revidar) ele correu. Formamos fila e entramos na sala. Como esperado ele bateu.
Muitas vezes eu tentava dar o troco quando eu voltava da ida ao lixo pra apontar o lápis.
Foi aí que me lembrei do papelzinho que encontrei na minha bolsa antes das férias de julho. Será que foi o Daisuke? Eu não poderia perguntar. De qualquer jeito eu teria que ignorar.
Depois da escola, ficava esperando lá fora a minha van chegar. Nesse pequeno tempo, brincava com o Daisuke, Runa e Ariya. Inclusive, minhas primas de segundo grau Kaori e Yumi, que também estudavam na escola Utakata,  chegaram a ter uma pequena participação na brincadeira do “pega-pega-de-cabeça”. Daisuke se enturmou muito rápido com as duas. Elas eram bem tímidas, mas até hoje elas se lembram dele.
Nos dias seguintes começamos a fazer as preparações para o teatro daquela história que eu havia feito. Todos da sala iriam participar. Runa queria, de qualquer jeito, ser a narradora. A professora estava organizando os papéis... Eles decidiram que a autora da história deveria fazer o papel principal (de uma, vamos dizer, ‘princesa’), então eu tive que fazer... Havia muitos personagens, inclusive o “príncipe”.


Autora: Hotaru Any