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3. Connected by a little thing
Opening
Nossa amizade se fortalecia, aos poucos, à medida de quando
nossos olhos se encontravam, à medida de cada sorriso demonstrado, à medida dos
tapas de dávamos e levávamos. Isso soou estranho? Não, é normal... Afinal,
éramos crianças mesmo. Não pensávamos em nada a não ser brincar e se divertir.
Sabe o que aconteceu após eu ter revidado o leve tapa? Queria
fazer um pouco de suspense, mas se eu enrolar vai ficar entediante. Já sou
prolixa demais.
Naquele dia, debaixo da grande árvore do pátio principal da
escola Harukaze um pequeno laço nasceu.
Como se pode imaginar, já que éramos crianças era de se esperar
que essa brincadeira levasse a uma competição. Após eu ter revidado o tapa na
cabeça, novamente e revidou levemente o que eu havia dado. Como eu não queria
‘perder’ dei outro tapa e isso virou um tipo de pega-pega, só que batendo na
cabeça. Já não precisávamos falar ‘pedala Robinho’. Ambos sabíamos que
estávamos pensando a mesma coisa, só não conseguia aceitar isso.
Após alguns dias, ainda na escola Harukaze, fomos incumbidos
pela professora de escrever um livro.
- Ah não! Por que justo nessa época do ano? Temos tantos
trabalhos de outras matérias pra fazer! – Runa reclamou – Ainda mais um livro?!
- Dá nada, vou fazer umas 4 páginas e já esta bom! – Ryuu
exclamou fazendo um ar de orgulhoso.
Apesar de muitos estarem odiando a idéia de escrever um livro,
eu gostei, apesar de concordar com a opinião dos demais. Pensei que poderia ser
uma ótima oportunidade para ‘destacar’ uma de minhas habilidades da época.
Nesse tempo eu e meus amigos e amigas gostávamos muito de
escrever bilhetinho para conversar sem a professora nos chamar atenção.
Escrevíamos, passávamos à pessoa discretamente e ela nos respondia fazendo o
mesmo. Peguei um pedaço de papel da última folha do meu caderno e escrevi:
“Sobre o que você vai fazer?”. Joguei para trás esperando que Mitsuhiro fosse
me responder. Ele jogou o papelzinho na minha carteira, isso me animou até...
Abri o papel amassado onde estava a resposta: “Não sei”. Que desapontamento.
Mais tarde soube que Lucy ia fazer sobre uma história de amor.
Ryuu iria fazer uma de aventura e ação e Runa sobre histórias de terror. Eu
mesma não sabia sobre o que fazer. Talvez eu pudesse contar coma ajuda da minha
mãe quando chegar em casa.
Era mesmo uma desvantagem eu sentar na frente do Mitsuhiro. Por
causa da nossa brincadeira do ‘pega-pega de tapas na cabeça’, sempre estava
comigo. Sempre que, no intervalo, eu batia na cabeça dele, na sala de aula ele
devolvia. Eu não podia ficar toda hora olhando pra trás e dando um tapa na
cabeça dele. O que os professores pensariam?
Teve um dia que perguntei:
- Ei Mitsuhiro.
- O que?
- Posso te chamar de Daisuke?
- Hm?! – Ele se assustou e olhou para a janela um pouco
envergonhado e sorriu tapando disfarçadamente a boca- Tanto faz...
Apesar de a resposta não ser exatamente clara, foi um grande
avanço pra mim. Quero saber mais sobre o Mitsuhiro Daisuke.
Todos os dias depois da aula, esperávamos nossos pais ou
responsáveis virem nos buscar. O pai da Lucy sempre estava na frente do portão
esperando-a e o Hatase sempre ia embora com o irmão dele que estava no
colegial. Assim, sobrava eu, Runa, Ryuu e o Daisuke. Ficávamos debaixo de uma
pequena arvore ao lado do portão da escola. Demorávamos pra ir embora e sempre
ficávamos brincando do tipo de brincadeira daquela idade: “Quem pula mais
alto”, “Qual salto tem a distância maior” etc...
- Nossa olha o tamanho do pé da Shino! – Ryuu disse quando o
silêncio estava predominando aos poucos e todos estavam sentados olhando para o
nada.
- Hã? – Eu estranhei.
- Puxa, é verdade, que pequeno hem! Parecem aqueles pães! –
Disse Daisuke rindo.
- Deixa eu medir nossos pés Shino – Pediu Runa colocando seu pé
ao lado do meu – Uau! Quanto você calça?
- 29 – Respondi. Realmente, apesar de eu ainda ter dez anos, o
meu pé era bem pequeno pra minha idade.
- O loco! Deixa-me ver, coloque aqui do lado do meu também. –
Ryuu colocou seu pé ao lado do meu ajustando a altura – Eu calço 37! Haha!
Coloca do lado do pé do Daisuke.
- Deixe-me ver – Disse Daisuke se aproximando.
Nesse momento minhas bochechas coraram. Pensar que um dia nossos
pés já ficaram um ao lado do outro.
- Hahaha! Parece pé de criança! – Ele disse olhando para o meu
tênis.
Para disfarçar minha vergonha eu olhei pros lados e vi a mãe de
Runa estacionando o carro.
- Ah, Runa, sua mãe chegou.
- É verdade, até amanha, tchau...
Sempre era assim, a Runa era a primeira a ir embora, a mãe dela
vinha buscá-la de carro. O Ryuu, não lembro como ia embora, provavelmente
de ônibus. Daisuke ia com o pai dele, de moto. E eu, de van.
Ao chegar em casa, direcionei-me à minha mãe:
- Mãe, hoje a professora disse-nos pra fazer um livro – Fiquei
falando em voz baixa após deitar e rolar em sua cama – Mãe?
Ela estava como sempre, concentrada em seus trabalhos,
escrevendo no computador. Apesar de sempre estar ocupada e eu ir encher o saco
dela, ela sempre falava pacientemente comigo.
- O que?
- Eu quero fazer um livro muito bom! Um daqueles que choquem as
pessoas, que elas fiquem bobas de ler! Um livro que as façam rir, de
preferência... – Isso soou um pouco exigente da minha parte?
É certo que eu não estava pedindo para a minha mãe fazer o
livro, mas sim pra ela me ajudar com algumas idéias.
- Faça sobre uma história de amor, que tal?
- Ah não... É muito normal... E a Lucy já vai fazer! – Além de
exigente eu gostava de me sobre sair... ‘destacar’ seria a palavra? Não gostava
de copias e sim trabalhos originais. – E se eu fizesse uma paródia? Ficaria
legal não acha?
- É mesmo, mas tem que ser algo que todos já ouviram falar...
Como... Contos de fadas! A Bela Adormecida, Branca de Neve, A Bela e a Fera, A
princesa e o sapo, etc...
- Podíamos juntá-los em uma história só não acha?
Então foi essa a idéia para um livro. Eu ia fazendo a história e
minha mãe dava as idéias e ia corrigindo a gramática de uma menina de dez anos
de idade.
Quando chegou sexta feira, a Runa me convidou pra ir a casa
dela. Minha mãe deixou, como sempre e quando cheguei lá fui muito bem recebida.
Lucy também estava lá e nós três assistimos alguns filmes e brincamos. Mais
tarde ficamos conversando.
- Ei Shino... De quem você gosta?! – Perguntou diretamente Lucy
- Hã? De muitas pessoas! - Respondi
- Não é desse jeito que estou falando... É em outro sentido!
Você sabe qual!
Tentei me fazer de mal entendida, mas a Runa, muito esperta como
sempre retrucou:
- É... Pode falar! Somos suas amigas não somos? Na verdade
estamos até com palpites de quem seja!
- Hã? Como assim? Hahahaha! Imagina... Eu?
- Mitsuhiro Daisuke, não é?
- Acha!
- Shino, percebemos que vocês estão se dando muito bem
ultimamente, não é Lucy?
- Claro, as trocas de olhares e sorrisos! Que fofos!!!
- Ei meninas, já esta tarde, vamos dormir? – Gritou a mãe de
Runa – Amanha vocês conversam mais.
- Vixi! Melhor dormimos senão sua mãe vai ficar brava Runa –
Desviei o assunto
- Ah, não acredito! Mas primeiro você tem que admitir! Você
gosta ou não gosta do Mitsuhiro Daisuke?!
- Esta bem, esta bem! Eu... Gosto!
- Sabia! – Festejou Lucy.
Não acredito que falei aquilo. Eu realmente... Gosto do Daisuke?
*----* kawaii, está sendo bem legal reler sua história, aushahus comigo foi mais ou menos assim, sei lá um dia eu parei e pensei "Nossa... eu realmente gosto dele!O.O" foi estranho e até eu conseguir admitir a mim mesma ^^''. Mas bem, está dez a história =3
ResponderExcluirbeijinhos
Ow!!!
ExcluirSério?! Obrigadaaa ><
hahahhaa eh estranho quando percebemos né? hehehe
Obrigada pelo comentário Flavia-chan,
fico feliz que esteja lendo =D
beijinhos