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quarta-feira, 25 de abril de 2012

M

Título:           "M"
Autora:                     "Any Hotaru"
Baseado em fatos reais

Personagens


Capítulos









quinta-feira, 19 de abril de 2012

M - 9.The Smile to Sky



M
9.The Smile to Sky

Opening: YUI - Laugh Away
Algo de que eu muito me perguntava era o que a pessoa que eu gostasse faria depois que se declarasse a ela. Minha mente de apenas dez anos não sabia dessas coisas, mas queria saber. Runa e Ariya estavam em uma relação muito boa. Eles estavam ‘ficando’, como ela tinha me dito. Será que eles não tinham vergonha? Talvez este fator seja algo que só esteve em minha cabeça, porém eu não sabia como me livrar dele... Ele não me ensinou.
- Ei Shino, a gente vai ao cinema, não quer vir? – Perguntou Runa.
- Claro! Quem vai?
- Eu, o Ariya, a Lucy, o Hatase, a Nao, a Airi,  e a Hina. – As últimas três meninas eram muito amigas nossas – Vou ver se convido o Daisuke também.
Dei risadas e disse:
- Se bem que acho que o Daisuke não iria.
- Por que? – Disse Runa.
- Sei lá... Não é muito a cara dele.
Quando me encontrei com o Daisuke, fiz uma brincadeira com uma caneta que tinha aprendido com meu tio. Eu pegava a tampinha e a caneta e ficava girando uma envolta da outra.
- O que é isso? – ele perguntou.
- Espera... Estou magnetizando a caneta. – Respondi absurdamente.
Em seguida coloquei o bico da caneta, que estava em uma das mãos, apontando para o lado aberto da tampa, que estava na outra mão, sem encostá-las. Em seguida a tampa se encaixou na caneta como se fosse um imã.
- Uau, como você fez isso?
- É mágica.
- Espera... Refaça.
Eu refiz e ele logo adivinhou.
- Ah, entendi... Você empurra a tampinha com o dedo pra ela ‘pular’ para a caneta.
- É, isso aí. Adivinhou rápido...
- Deixe-me tentar.
Ficamos fazendo isso por um bom tempo. Eu não era muito boa, mas ficamos treinando para pegar prática. Mais tarde mostramos para a Runa e os outros.
- Você vai ao cinema? –Perguntei ao Daisuke
- Ah, não sei... Vou ver.
- Hm... Vai sim! – Dei um tapa na cabeça dele e saí correndo olhando pra trás e vendo o sorriso tímido característico dele.
No cinema ocorreram algumas confusões. Nao, Hatase, Lucy e Hina chegaram lá primeiro e já entraram. Quando eu, a Runa, o Ariya e a Airi chegamos, estávamos atrasados e não conseguimos entrar naquela sessão, por isso tivemos que entrar na sessão que tinha acabado de começar. Entretanto, no final do filme nos encontramos na saída, como esperado, o Daisuke não havia vindo. Já que estávamos lá, aproveitamos pra tirar uma foto.
- Que pena que o Daisuke não veio né? – Disse Lucy.
- Eu sabia que ele não vinha – Dei uma risada para disfarçar minha tristeza por esse fato. – Acho que ele nunca foi a um cinema. – Tirei sarro e gargalhei falsamente.
- Shino... – Lucy me chamou sem brincadeiras.
- Sim?
- Por que você não se declara para o Mitsuhiro?
Me declarar para o Daisuke? Era quando você diz para a pessoa o que você sente por ela? O que eu sentia pelo Daisuke era o que eles chamavam de ‘amor’? Era algo que eu não conseguia colocar em meras palavras, era como se o que eu sentia superasse qualquer palavra.
- Ah, mas ele nem gosta de mim.
- Como não? Está meio que na cara que vocês se gostam... Até a Airi, a Nao, e a Hina já notaram.
- Sério? – Abri a boca com ar de surpresa. – M-mas como? – Corei.
- Bem, ninguém disse nada, viu? Elas que perceberam e vieram falar comigo e com a Runa.
Lucy deu risada e insistiu na declaração ao Daisuke. Após essa noite eu fiquei pensando seriamente em me declarar.
Foi aí que minha cabeça formulou as mais sufocantes perguntas:
“E se ele não gostar de mim? E se ele começar a me ignorar? E se a escola inteira souber? E se nossa amizade for estragada por simples palavras? E se ele não quiser mais me ver? E se alguma outra menina que goste dele começar a pensar mal de mim? E se ele me achar uma estúpida? E se ele me der um fora? E se as outras pessoas começarem a tirar sarro de mim? E se...?”
Minha cabeça doía. Eu não queria mudar aquele ambiente. Eu só queria ficar sempre o Daisuke. Sempre...
Na nossa escola, Utakata, tinha um pátio na entrada interna. Nesse pátio havia um mini palco. Do lado direito havia o banheiro das meninas e do esquerdo o banheiro dos meninos.  Do lado oposto tinha uma porta, que após passá-la, ia-se de encontro com um enorme corredor. À direita havia a direção e uma escada para o andar de cima. No corredor encontravam-se várias salas de aula. No andar de cima, idem, e também a biblioteca. No andar debaixo, como eu havia dito, tinham várias salas, e no final do corredor deparava-se com duas escadas compridas, uma de cada lado. Após descê-las encontrava-se o refeitório e a cantina, com muitas mesas e cadeiras.  Depois do refeitório havia outra porta, que após atravessá-la havia um pequeno pátio com uma ou duas mesas do lado esquerdo e um banheiro feminino e outro masculino. Era onde a escola acabava.
Na semana seguinte, eu, Runa, Hina, Ariya, Daisuke, Airi, Nao, Hatase e Lucy – o “bando” – fomos brincar de “Detetive”. Depois de sair correndo do corredor, sentamos na comprida escada do lado esquerdo. Lá ficamos jogando e lanchando. Após um tempinho encerramos a brincadeira. As meninas foram para o banheiro e os meninos foram pegar a sobremesa do dia. Fui à cantina comprar chiclete e sem eu perceber, Daisuke bateu na minha cabeça.
- Seu Vaca Azul! – Gritei. – Volte aqui!
- Aqui o seu troco mocinha – Disse a ‘tia da cantina’.
Quando comecei a correr para devolver o tapa, eu já não o via mais.
- Acho que ele deve estar escondido no corrimão da escada – Pensei. Já que o corrimão daquela grande escada era de concreto, dava muito bem para alguém se esconder lá.
Subi, mas não ele não estava lá. Terminei de subi e vi que na outra escada ele também não estava. Então fiquei observando de lá de cima pra ver onde estaria. Após um bom tempo percebi que ele estava do lado do refeitório com o Ariya, a Runa e Lucy. Parecia que estavam ali bom um bom tempo e eu sequer tinha notado. Ia descer da escada para ver o que eles estavam falando quando recuei. Decidi ficar observando um pouco. Daisuke estava encostado na parede, Ariya em sua diagonal. Runa e Lucy estavam de frente para Daisuke, que estava sorrindo com aquele jeito tímido dele. Elas pareciam estar pressionando ele de alguma coisa. Eu estava tentando descobrir o que eles estavam falando, mas tudo em vão.  Foi quando um mero gesto de Daisuke fez meu coração acelerar como nunca; ele apenas ergueu a cabeça em linha reta sorrindo como se o céu tivesse realizado um milagre. Eu nunca pude me esquecer dessa cena. Eu logo sorri, ao vê-lo sorrindo.
Após ele ter dito algo e ter feito esse gesto que fez meu coração saltitar, as meninas saíram daquele lugar e o sinal do encerramento do intervalo tocou. Elas subiram as escadas e perguntei:
- Ei, sobre o que vocês estavam falando? – Perguntei sorrindo curiosa.
- Shino... – Runa me agarrou pelos ombros e vi Lucy rindo – Parece que o Daisuke... 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

A notice for you readers.



Olá leitores do Sky Of Someday.
Como estão todos?
Eu resolvi fazer neste blog, algumas páginas de Keitai Shosetsu (logo logo farei um post a respeito), mas para vocês poderem ficar por dentro; é uma espécie de novela japonesas lidas através de celulares, muito populares no Japão.
Alguns títulos famosos que são/foram Keitai Shosetsu são: Akai Ito, Koizora, e outros...

Aqui postarei de acordo com o tempo e com o que vou achando.
Caso você, leitor não saiba japonês, pode também ler o meu livro M (semana que vem, próximo capítulo), que após finalizá-lo, pretendo escrever a versão em inglês e mais tarde em japonês.

Se não gosta de post de textos em japonês, peço a sua paciência, pls.

Comentários e opiniões serão bem vindas =)

Obrigada.

Any



quarta-feira, 4 de abril de 2012

M - (8. Fragments)


M
8. Fragments

Opening: Crystal Kay - Konna ni Chikaku de
Pequenos fragmentos de lembranças não são o bastante para repassar os incríveis momentos e inacreditáveis sentimentos. Tudo estava brilhando como os raios do amarelo satélite natural no momento em que o galo vizinho recita a monótona canção.  Era imaginável para a mente de 10 anos de vida que tudo mudaria tão drasticamente.
Um dia na aula de educação física, fomos jogar lá fora, no pátio da escola. Boa parte dos fragmentos de lembranças que possuo da importante época, ocorreram naquele grande pátio que, atualmente, foi reformado tentando apagar minhas lembranças. Nessa aula os meninos jogaram futebol. Sentei na baixa muretinha e observei os habilidosos passos da pessoa que eu dependia emocionalmente. O vento batia silenciosamente e acompanhava os gritos de “Aqui!”, “Passa pra mim!” ou “Marca ele!”. Na verdade, nunca fui fã de futebol, mas se for ver-te jogando, eu poderia passar horas e horas.
- Quer jogar? – Disse ele saindo do jogo suando e sentando ao meu lado.
- Eu não... Vocês são bons demais! – disse batendo no seu ombro.
- Hahaha, sua boba! – Retrucou batendo na minha cabeça.
- Daisuke...
- Oi?
- Você vai ser o que futuramente? – Queria que ele dissesse algo muito fantástico, mas eu sabia que seus sonhos não eram assim como eu pensava – Quero ser uma cantora!
- Você? Hahaha!
- O que foi? E você?
- Eu? Hum... Eu quero ser jogador de futebol! Haha!
Apesar de não ser muito fã, eu o apoiei em meus milhões de pensamentos.
- Eu... Acredito que você será um grande jogador... – Disse eu voz baixa, olhando para o lado oposto e corando.
- O que disse?
- Nada...

Ao final da aula, nos reunimos na frente da escola para esperar nossas respectivas caronas. Brincávamos sempre das mesmas coisas, competição de quem pulava mais longe ou mais alto e outras competições... Daisuke tinha um espírito muito competitivo. Conforme as folhas secas iam caindo numa fração de segundos, íamos trocando palavras infantis rudemente doces. Brincadeiras e comunicação. Talvez foi isso o que mais fortaleceu nossa amizade. Uma arma muito poderosa até mesmo para alguém como eu.
- Ei, vamos ver quem é mais rápido na corrida de cavalo?
- O que esta dizendo Runa? – eu disse – Onde você esta vendo cavalos?
- Ah sim, eu conheço essa brincadeira. Um sobe nas costas do outro e apostam corrida, não é? – respondeu Ariya.
- Isso mesmo! – confirmou Runa.
- Sobe aí Runa. Daisuke, vou apostar com você viu? Não pense que ganhará!
- Ah é? Hahaha, até parece que vu te deixar ganhar! – Daisuke respondeu à Ariya – Sobe aí Shino.
O que? Daisuke ia me carregar de cavalinho? Ao me deparar com isso, já estava em suas costas. Será que eu estava muito pesada?
- Estou muito pesada? – tentei tirar minhas dúvidas.
- Haha, obvio que não! Eu sou muito forte! Haha – Além de competitivo, seu espírito era muito orgulhoso.
E assim, o as fracas cores do céu azul iam escurecendo sem se tornarem fortes, pois marcávamos momentos.

Na outra manhã marcada por bocejos, meus olhos se encontraram com os dele, desviaram em um segundo e voltaram a se encontrar. Era o dia da viajem marcada pela professora.
Preparávamos-nos para ir à Fazenda do Ponhal. Formamos uma fila na entrada interna da escola e todos falavam ao mesmo tempo ao ponto de estressar a professora. Eu e Daisuke continuávamos no “pega-pega-de-cabeça” como sempre. Corríamos tentando disfarçar nossos sorrisos e emoções, desviando das pessoas e de olhares dos professores.
Quando finalmente saímos da escola, fazia frio lá e um vento gelado bateu fazendo a blusa de frio azul dele estremecer. Eu via suas costas distantes no fim do declínio da entrada que se viraram rapidamente e sua face se direcionou a mim.
- Dragão Branco!!! – Gritou com um tom que escondia a alegria.

Quando chegamos à Fazenda do Ponhal fomos guiados por instrutores de lá. Levava-nos para conhecer vários locais da fazenda que era extremamente grande. Assim como Lucy estava com Hatase discutindo, Runa estava com Ariya, e eu não queria atrapalhar o momento romântico dos dois. Fiquei tentando seguir Daisuke sem que ele percebesse, gostaria que ele viesse ao meu lado, mas eu também poderia ia até ele se o orgulho não me atrapalhasse. Também  queria que ele não notasse que eu estava sozinha, todos me viam como uma menina extremamente alegre e Daisuke não era uma exceção, sentiria pena de mim.
Mais tarde, depois do lanche que nos deram, entramos num mini ônibus da fazenda. Ainda não tinha terminado de comer o pão quando todos estavam entrando nele. Quando subi no ônibus, todos os lugares estavam ocupados. Olhei para o lado e Daisuke também estava sem lugar. Me posicionei perto da roleta do cobrador e me apoiei na base de ferro do meu lado deixando um espaço para Daisuke, que vinha ao meu lado.
Assim, passávamos a viagem em pé, um ao lado do outro olhando para as paisagens da janela. Os fragmentos do por do sol manchado de vermelho acompanhava as fortes batidas dos nossos corações. 


Autora: Hotaru Any